segunda-feira, 9 de abril de 2012

Desinformação é principal inimigo de vestibulandos

Pesquisa feita com 18.000 jovens do 3º ano do ensino médio em São Paulo mostra que 60% dos entrevistados não conhecem bem a carreira almejada

Nathalia Goulart/Veja
Na hora da escolha profissional, jovens recorrem aos pais (Thinkstock)
Desinformação é o maior obstáculo aos estudantes prestes a prestar vestibular e, portanto, escolher uma carreira profissional. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo, 59% dos alunos de ensino médio entrevistados não conhecem bem o mercado em que pretendem atuar e 39% não sabem como é o cotidiano da profissão sonhada, idêntica parcela dos que desconhecem as diferentes especializações dentro da mesma carreira. O levantamento ouviu 18.129 estudantes do 3º ano do ensino médio de escolas públicas (31%) e particulares (69%) da Grande São Paulo.
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O levantamento revela ainda que, a menos de um ano do vestibular, 56% dos entrevistados têm dúvidas sobre a carreira a seguir. Na escola particular, a parcela de indecisos é ainda maior: 46% não sabem qual curso escolher, ante 39% dos estudantes de unidades públicas. "O aluno da rede particular sente que tem mais liberdade para postergar a decisão. Já o estudante da rede pública tende a se definir mais rapidamente, pois precisa ingressar logo no ensino superior devido a maiores restrições financeiras", diz Luciano Romano, responsável pela pesquisa.
Entre os fatores que mais influenciam na hora da decisão da carreira, a família aparece em primeiro lugar: 35% dos entrevistados elegeram a opinião dos pais a principal a ser levada em conta no vestibular. "Os pais, portanto, precisam se preparar para exercer essa influência: ao invés de oferecer respostas, precisam ajudar os filhos a se questionarem corretamente para esclarecer dúvidas", diz Romano.
Para sanar as dúvidas, os especialistas recomendam muita leitura e pesquisa. A internet e os guias de profissão podem ser bastante úteis nessa hora, por exemplo. Quanto mais conhecimento, menor o risco de acabar em um curso que não satisfaz as expectativas. Conversar com profissionais e especialistas na área pretendida também é recomendável, mas o pedagogo e orientador vocacional Silvio Bock faz um alerta. "As carreiras oferecem múltiplas áreas de atuação. Certifique-se de que você não está olhando apenas para uma delas."

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